quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Capataz




Um homem da terra fazia o seu trabalho, como todos os dias; e, como todos os dias surpreendia-se sendo observado de longe.
Sob o calor escaldante, ele trabalhava, corpo suado, brilhando e cheio de sal.
Mas sem parar, exceto nas horas de descanso.
Aquele capataz não tinha mais do que 40 anos de idade. Há quase dez anos cuidava da fazenda do Seu Gonçalves, era de confiança, mantinha o trabalho ordenado.
Casado, pai de 3 filhos, forte.
Contudo, a verdade é que, desde aquele escravo chegou se perturbou intimamente.
Perdeu o controle sobre si, quando o viu tomando banho. Teve de usar todo o seu controle, para que o seu pau não saltasse de suas calças.
Que piroca preta era aquela!
Um peitoral lindo, abdomen desenhado; pêlos cor de noite protegiam um membro grosso, forte; dois globos redondos pendiam do seu corpo.
Uma imagem desconcertante. O capataz sentiu vergonha do seu próprio corpo, pois estivera diante de Deus!
Fisicamente, o escravo era como os escravos tinham de ser: fortes, preparados pro trabalho ininterrupto. O mistério não estava no seu corpo.
Desde que chegou, o tal negro jamais abriu sua boca. Ninguém conhecia o som de sua voz. Alguns afirmavam que era surdo-mudo.
A realidade é que o escravizado não sentia a manor necessidade de falar; assim como não compreendia nada do que falavam.
Para ele, aquilo era desperdício.
O capataz mudou o seu sexo com a sua mulher. Não que fosse gentil na cama, mas ultimamente tornou-se mais aninalesco.
Imaginava-se sempre sendo enrabado pelo caralho africano, enquanto comia a boceta cabeluda da Aline. A beijava com força, porque era capaz de sentir a lingua daquele escravo explorando o seu cu apertado e virgem. Sentia prazer...sentia-se capaz de proporcionar prazer.
Ah! Quanto prazer!
12 anos de casamento se passaram e apenas agora o Orgasmo se apresentou a Aline.
Ela sentia-se elétrica, numa outra dimensão.
Um homem da terra fazia o seu trabalho, como todos os dias; e, como todos os dias surpreendia-se sendo observado, agora, bem de perto, muito perto.
Os olhos do negro repararam na mão que carregava um chicote pesado enquanto o seu corpo, acostumado a sofrer, preparou-se para a punição. Os demais negros, igualmente suados, mas não tão brilhantes, sentiram a tensão no ar.
O capataz pôs-se em frente ao escravo, o mandou largar a enxada...
Ouviam-se gritos, perto da plantação de milho.
Aquelas costas ganharam as merecidas chicotadas, o corpo se contorcia de dor.
Ninguém mais tinha nas mãos calejadas algo além de cacete preto.
Todos se rejubilaram e derramaram seu gozo sobre o corpo do capataz, que nunca mais experimentou milho...de tanto espiga que conheceu.

O Negro

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